Casa do Amor
Há lugares que são histórias vivas, dimensões paralelas que se tocam num ponto único, quase que milimetricamente desenhados para engolir e parir, descontruir e remembrar, deixar folhas em branco, rasgar páginas, ou escrever novas palavras. Há lugares que são portais, e desde sempre o foram, como se tivessem neles a força e o poder de decidir quem fica e quem passa, quem volta, como volta, quem se pode perder, quem ainda precisa de mudar de pele mais vezes, quantas vezes forem necessárias. Aqui, onde a terra se acolhe a si mesma num ninho de doçura e de tempestade, o corpo é convidado a entrar em festa. Só a brisa suave do entardecer poderá testemunhar a força desta dança. Os últimos raios de sol beijam a pele com a graça e delicadeza das coisas simples. E por momentos tudo é perfeito.
Marvão, Julho de 2022
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