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A Grande Roda


Não há parto sem dor - talvez seja uma crença, mas no estado actual de consciência do colectivo parece que apenas as lições árduas são vistas e integradas, como portais para uma visão mais clara que sirva efectivamente o propósito pessoal e também familiar e grupal. Entretanto, entre guerras internas, surdas, mudas, cegas, de fogo e de água, de peso e de mágoa, e tantas outras guerras externas, de espelhos mais ou menos evidentes, de drama, de violência, de falta de sentido e de preservação básica da Vida, há danos colaterais, pessoas, vidas, histórias, apanhadas pelo vórtice da desfragmentação do que se quer ameno, saudável e equilibrado.

Por vezes parece um labirinto, um novelo embrulhado, uma espiral sem retorno, e também esse ponto cego é um ponto mágico, um ponto-ponte para um outro sonho. A sombra faz birra, quer atenção, pede lágrimas, gritos e palavrões, pede silêncio, casulo, rendição.

E, como eternas crianças, em eterna esperança, a vida se faz poesia de novo, na luz alaranjada do poente, no ventre fértil das mulheres, nas palavras vivas dos livros, na composição criativa da lente fotográfica, no olhar cristalino do amor, venha ele de onde vier.

A roda da Vida, na roda dos dias, é um poço, uma gruta, um buraco negro, é uma planície a perder de vista, é um céu infinito de azul e estrelas, um cavalo à solta, um lobo a uivar.

Nada fica para sempre , nada parte para sempre . Não há cercas, nem muros nem fronteiras capazes de segurar, reter, sustentar, preservar ou limitar esta força de vida. Entre o milésimo de segundo que vai do meu olhar ao teu, da minha pele à tua, algures, pelos confins do espaço a vida nasce e morre, e o universo visível e invisível cumpre-se a si mesmo. Caso para dizer que está tudo certo?

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