Ventos de mudança.
- mize jacinto
- 12 de dez. de 2017
- 2 min de leitura
É como um navio gigante que chega ao cais a grande velocidade, já não pode parar, e leva tudo á frente. Há quem tenha tempo de fechar os olhos, como se a ausência da visão os protegesse, há quem não tenha tempo sequer de gritar, e há quem se entregue de braços abertos para o embate.
Abençoados este tempos da velocidade furiosa e destruidora, da grande merda a boiar no universo da mentira e da ilusão, do brilho que derrete perante o vazio das expectativas roubadas. Abençoado Vazio, abençoadas dúvidas, abençoada a Dor que corrói a alma, até mesmo dos que julgam não a ter. Este é um tempo mágico, é tempo de VER, de Ouvir e de Sentir, como se fosse a primeira vez, como se não houvesse amanhã.
Os meus pais e os primos já falam sobre Astrologia enquanto partilham o almoço, já se permitem não lembrar sempre a famosa sardinha repartida em três ou quatro, e as folhas de figueira que serviam de sapatos. A minha amiga permite-se gritar com o pai para que ele acorde e finalmente olhe para ela e para as suas reais necessidades. Abençoasos gritos. Não tem que ser tudo perfeito pois não?
Abençoados os olhares cúmplices que aos poucos deixam para trás as fórmulas das palavras. Abençoada a infinita gratidão por nos sentirmos finalmente a vibrar, ainda que o eco desta vibração precise de atravessar vidas e vidas, crenças e crenças, até se diluir na simplicidade de um abraço. Abençoadas as perdas do último ano, das tantas vidas que vivi nesta minha pele. Ainda sonho que pode ser tudo melhor, que é possível ser melhor, que assim o farei, e todos, cada vez mais TODAS e TODOS, faremos melhor.

Quando o meu filho era pequeno mostrei-lhe, com os olhos do Amor, que havia um fio invisível que nos unia, e uniría para sempre. O para sempre é hoje, e o fio que me une a ele une-me a tantos outros, partes de mim, espelhos de mim, sonhos de mim.
Abençoada a metamorfose que faz reNascer a VIDA.
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