Mulheres Espelho
Fotografia: Maria José Jacinto
Na minha vivência ao longo de 7 anos a fazer leituras da aura – uma forma organizada de comunicação intuitiva – deparo-me sucessivamente com mulheres de todas as idades, cuja Força Maior ainda permanece perdida na noite obscura das suas emoções.
Quando me Desnudo e olho a Nu para outra mulher é como olhar-me a mim mesma, pois ela é a portadora das minhas feridas. Cada mulher com quem me cruzo é um espelho límpido de mim mesma, um Portal para as minhas memórias. Por esse motivo é cada vez mais Consciente a necessidade que tenho, e das mulheres à minha volta, desse encontro de Cura que só entre iguais pode atingir níveis alquímicos de absoluta Morte e Renascimento.
Sinto que o mundo feminino ainda exclui muito mais do que inclui, pois existe uma competitividade latente que nos faz ficar de pé atrás muito mais vezes do que de braços abertos para nos abraçarmos como irmãs.
E talvez h
aja uma verdade por detrás desta actuação, cujo principio seja o de preservar a coesão do círculo e do que nele se semeia e se colhe. Nem todas as mulheres estão numa sintonia de abertura e reconexão com a sua natureza mais profunda, e muitas passarão mais esta vida sem o fazerem. Mas sinto que para as que despertam, a Responsabilidade é tremenda – não a de carregar com as outras, mas a de Inspirar as outras, as que estão a um passo de inspirarem pela primeira vez.
Temos que nos ajudar a parirmo-nos umas às outras.
Não conheço ninguém, homem ou mulher, que não esteja neste momento a passar por grandes desafios e transformações pessoais profundas – mas nós, Mulheres, temos o Dom de ir beber às Águas Profundas e delas renascer em Fogo. Somos a Profecia Viva do Fim e do Recomeço dos Tempos.
Sinto-me a cada momento a acordar de um longo sono, e a olhar para as minhas cicatrizes como se fossem fios-luz na minha geometria subtil. Olho-me e olho as minhas irmãs e respiro de alívio por não me sentir Só.
Sou-vos Grata.
Mizé
2013